segunda-feira, 14 de maio de 2012

Maternidade...

Na minha segunda internação no Sarah Lago Norte (2009), durante uma ultrassonografia pra ver  a bexiga e os rins a doutora viu algo inesperado: 3 miomas. 

No último exame que fiz, mês passado, descobri que esses miomas cresceram e ainda apareceu mais um. Fiquei assutada, sempre sonhei em ter um filho ou dois, menino ou menina, só queria uma "razãozinha ainda maior de viver"! Mas, agora, se quero realizá-lo sem provocar perigo pra mim e para o bebê que virá daqui uns dois anos (se assim DEUS quiser também), terei que enfrentar anestesia, bisturi, medicamentos e repouso novamente em "minha nada mole vida". 

Não estou lamentando, estou desabafando - pois, de fato, isso me deixa insegura. É difícil médicos e enfermeiros saberem - sem termos que explicar detalhadamente - que temos nossos "macetes" para o intestino funcionar e que fazemos auto-cateterismo (entre outras coisas). Infelizmente, o Sarah não oferece esse tipo de tratamento/cirurgia. 

Na última operação - antes de conhecer o Sarah, permaneci quase 1 mês no hospital e tive muitas "dores de cabeça" ao solicitar auxílio e material como sondas e luvas a cada 4 horas. Isso nunca estava no meu prontuário  e os enfermeiros não ficavam contentes, até recusavam-se a ceder. Claro, hoje tenho outras informações e enfrentarei essa situação requerendo meus direitos. Mas, seria bom, que profissionais da área de saúde soubessem um pouco mais sobre o funcionamento do corpo de alguém com lesão medular, e que eu não precisasse me tornar uma "onça" sempre tendo que lutar ou uma "cobaia" a ser estudada.

Em meio a tantas preocupações, também tenho refletido muito sobre a maternidade, vejo ela com um olhar renovado... 

Penso se saberei educar uma criança em um mundo tão cheio de maldade e violência, penso se num criarei laços de dependência emocional que possa me tornar egoísta e ciumenta querendo meu filho (a) pra sempre em baixo de minhas asas... Sinto medo de errar! 

Ontem foi dias das mães, e vejo que a minha errou e acertou como todas, mas vejo algo sublime maior que tudo isso - é o amor incondicional que há entre nós duas, e acho que é isso que torna ser mãe algo tão mágico!

Entre riscos e medos, escolho dar o primeiro passo por amor a um filho (a) que um dia virá, e esse passo é preparar o espaço para ele ser gerado em mim. Escolho manter a fé que tudo será conforme a vontade de meu PAI.


Nenhum comentário:

Postar um comentário